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O que é Aptos (APT): cripto de ex-funcionários da Meta vive altos e baixos após lançamento conturbado.


A Aptos (APT) é a criptomoeda nativa da blockchain Aptos, criada por antigos funcionários da Meta (dona do Facebook) para concorrer com redes já estabelecidas no mercado cripto, em especial Solana (SOL) e Ethereum (ETH).


O projeto cripto gerou uma imensa expectativa após atrair uma enxurrada de investimentos meses antes de ser lançado oficialmente, no dia 17 de outubro.


Em março, em uma rodada de investimento liderada pela Andreessen Horowitz (a16z), a plataforma captou US$ 200 milhões. Em abril, conseguiu mais US$ 150 milhões em uma rodada Série A liderada pela FTX Ventures e Jump Crypto, com participação da Binance Labs. Com tantos aportes, a plataforma foi avaliada em US$ 2 bilhões.


Parte do entusiasmo em torno do projeto pode ser creditado à presença dos ex-colaboradores do Facebook Mo Shaikh e Avery Ching, que estavam envolvidos no projeto blockchain Diem da rede social, mas principalmente às promessas da equipe por trás da cripto.


A Aptos sempre vendeu a ideia de que sua blockchain teria uma velocidade de transação super-rápida e melhor do que a concorrência. As empresas de capital de risco, cada vez mais interessadas no mercado cripto, têm procurado redes com esse perfil.


Mas não foi isso que ocorreu no início – ou a rede ainda precisa de tempo para mostrar seu real potencial.


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Em 18 de outubro, um dia depois do lançamento, dados obtidos da blockchain mostraram que a Aptos estava processando apenas quatro transações por segundo. Durante o processo de desenvolvimento, a equipe do projeto disse que seu mecanismo de execução paralela seria capaz de processar 160 mil transações por segundo.


A Solana, para efeito de comparação, diz que processa 65 mil transações por segundo, e o Ethereum apenas 13, com expectativa de aumentar esse número para 100 mil com a finalização do Ethereum 2.0, o que ainda pode levar mais de um ano.


Seu diferencial, no entanto, estaria no uso de uma nova linguagem de programação chamada Move, supostamente capaz de atender melhor a uma gama mais ampla de aplicações de Web3, na comparação com o Solidity usado no Ethereum, por exemplo.


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Tecnologia.


Mas, por que grandes investidores apostaram em um projeto que apresentou problemas logo nos primeiros dias? Além dos nomes por trás da iniciativa, as empresas de Venture Capital apostam em uma tecnologia que seria promissora, a ponto de entregar uma velocidade de processamento superior a qualquer outra blockchain.


A rede Aptos funciona no mecanismo de Prova de Participação (Proof-of-Stake, ou PoS), o mesmo adotado pelo Ethereum a partir da atualização Merge (Fusão, em português) realizada em setembro. Nela, os validadores da rede não precisam investir em equipamentos de mineração, mas na própria moeda nativa – no caso, o APT.


Além disso, a blockchain é criada de cara com o conceito de sharding , que implica em dividir a rede principal em múltiplas cadeias menores para facilitar o processamento e reduzir a exigência de hardware poderosos para rodar um nó verificador (computador que checa transações) – o sharding é uma das novidades ainda a serem implementadas no Ethereum.


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Ao menos no papel, portanto, o Aptos propõe soluções que seriam capazes de criar uma rede mais rápida e facilmente escalável. No entanto, em meio à alta expectativa, o lançamento problemático decepcionou investidores de varejo e refletiu diretamente no preço do token APT.


Críticas e preço.


Por causa da lentidão nos primeiros dias de funcionamento, o Aptos recebeu uma chuva de críticas. A equipe saiu em defesa da blockchain no Twitter: “A rede Aptos está funcionando conforme o esperado e verá um aumento na atividade à medida que os projetos do ecossistema sobem a bordo e avançam”, escreveram os responsáveis na semana passada.


Parte do entusiasmo também foi minado por causa da divulgação do modelo econômico do projeto, que prevê a distribuição de muitos tokens para os próprios desenvolvedores, gerando ainda mais desconfiança no mercado.


Além disso, parte da comunidade que ganhou APT via airdrop não conseguiu resgatar o ativo. Um airdrop é uma ação de distribuição gratuita de criptomoedas.


Exchanges como Coinbase, Huobi, OKX, FTX, Binance e Mercado Bitcoin abriram negociação do ativo digital. Por causa de todo esse burburinho e da lentidão, no entanto, o token, listado incialmente com o preço de US$ 9, despencou 46% no primeiro dia.


Desde o sábado (22), a cripto vem reagindo e chegou a bater em US$ 10,17 no domingo (23), seu maior preço, segundo o agregador CoinMarketCap. De lá para cá, entretanto, registrou outra leve queda para US$ 8,90, seguida de um ensaio de recuperação. Na manhã desta quinta-feira (27), a cripto é negociada a US$ 9,23, alta de 3,67% nas últimas 24 horas. Seu valor de mercado é de US$ 1,19 bilhão.