É possível viver de renda com R$ 1 milhão?
Saiba quanto o valor pode render e se você poderia parar de trabalhar com ele.
Tempo de leitura: 8 Minutos.
Foto: Alison Nunes Calazans/Shutterstock.
Você já parou para pensar quanto dinheiro precisaria para viver de renda sem preocupações? Quando falamos em independência financeira, a casa dos milhões aparece como meta de diversos investidores.
Apesar da perda do poder de compra gradual nos últimos anos, R$ 1 milhão ainda é uma cifra interessante e considerado muito dinheiro para boa parte da população.
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Há diversas maneiras de investir R$ 1 milhão, e por isso é preciso considerar algumas variáveis.
Em primeiro lugar: como você pensaria em receber este dinheiro? Se a ideia é fazer resgates mensais, o rendimento certamente será menor do que um único resgate anual, já que assim você pagará mais impostos.
Isso depende também da liquidez do ativo que você está negociando, uma vez que muitas categorias oferecem resgate apenas após um vencimento pré-determinado.
Como estamos falando de viver de renda, vamos considerar uma renda mensal, já que o objetivo é ter um retorno para pagar as contas e viver confortavelmente.
Para fazer essa conta, existem diversas calculadoras online que você pode usar para saber números mais assertivos. Veja abaixo algumas opções de investimentos e o quanto elas podem render com R$ 1 milhão:
Na renda fixa.
Para quem procura maior segurança em seus investimentos, a renda fixa é uma ótima opção e que conta com várias modalidades.
Não vamos considerar o Tesouro Direto – para evitar a taxa de administração – e nem a poupança, porque você já sabe que existem investimentos muito mais rentáveis por aí, não é?
Pensando em opções ao alcance de qualquer um, vamos usar como exemplos CDBs, LCI e LCA, que são facilmente achados na sua corretora ou banco.
Considerando investimentos rendendo 100% do CDI – taxa atrelada à Selic, que na data da publicação deste texto está em 13,75% ao ano – temos um rendimento mensal de pouco mais de R$ 10.000 se aplicarmos R$ 1 milhão.
Mas esse valor serve apenas para LCI e LCA, que são livres de Imposto de Renda. Como o período é curto, e há incidência da maior taxa de cobrança de Imposto de Renda nos CDBs, esse valor pode chegar a pouco mais de R$ 8.300, descontado o imposto.
Na renda variável.
Como o próprio nome já implica, as contas são um pouco mais flexíveis quanto tratamos do mercado de renda variável. Mas é possível ter alguma previsibilidade a partir de investimentos em fundos imobiliários ou empresas que pagam dividendos.
Os dividendos nada mais são do que o valor – ou proventos – que os investidores vão receber por sua participação nos lucros do fundo ou da empresa.
Mas atenção: como a maioria das empresas não paga proventos mensais, neste caso é mais recomendado fazer um cálculo a partir da possibilidade do rendimento anual.
Para saber quais empresas mais pagam dividendos aos seus acionistas , podemos levar em consideração o dividend yield – indicador que mostra a performance do pagamento de proventos pelas empresas. Empresas com maior dividend yield tendem a ser melhores pagadoras.
Considerando o IFIX e o IDIV – índices de Fundos Imobiliários e de empresas pagadoras de dividendos – temos uma média de pagamentos entre R$ 7 mil e R$ 9 mil por mês com R$ 1 milhão investido.
Lembrando que nesta conta, os índices tratam apenas do rendimento em cima dos dividendos, não considerando a valorização (ou desvalorização) das cotas ou ações compradas.
Poder de compra real.
Atenção: o rendimento real pode ser diferente, uma vez que também devemos considerar o aumento da inflação no período.
Apesar da possibilidade de investimentos com isenção de IR – como LCI e LCA – ou do fato de que os índices de dividendos apresentaram crescimento que supera a inflação, o poder real de compra acaba sendo diminuído naturalmente com o passar do tempo. É só fazer a comparação de quanto R$ 1 milhão era capaz de comprar há 10 anos e quanto é hoje. Por isso, é importante levar em conta o índice inflacionário na hora de calcular sua renda mensal real.
Lembrando que no caso de fundos imobiliários e empresas pagadoras de dividendos, tanto os imóveis quanto os serviços são reajustados a partir dos índices inflacionários e, com o preço revertido para o consumidor, o pagamento de dividendos aos investidores tende a ser ajustado também.
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Conclusão.
Mas então vamos à resposta da pergunta inicial: é possível viver de renda apenas aplicando R$ 1 milhão? A resposta é: depende do seu padrão de vida.
Fatores como o custo de vida onde você mora, o quanto tem de gastos mensais e até o número de dependentes da família podem fazer a diferença para isso. Afinal, R$ 10 mil reais para quem mora em um grande centro urbano com filhos não tem o mesmo impacto que este mesmo valor para quem mora sozinho em uma pequena cidade do interior, por exemplo.
Além disso, continuar investindo é recomendado para qualquer investidor que deseja não só compensar a inflação, mas também ter mais segurança no futuro. Então, se possível, uma parte do rendimento deve ser voltado para isso.
Lembrando que quando falamos em investimentos, quase todos os fatores são variáveis, então a melhor maneira de adequar a sua renda é ter controle sobre a variável que mais depende de você – o seu custo de vida.